domingo, 31 de outubro de 2010

October Fest

Outubro pra mim é um mês especial, florido...
E tenho meia dúzia de motivos pra isso. Primeiro porque no dia 22, minha mãe faz aniversário e minha avó, mãe dela, no dia 23. Então pra mim este sempre foi oficialmente o mês das mães. Até porque maio é o MEU mês, sem mães, sem noivas, nada disso. Sim, sou taurina, e um tanto quanto possessiva...
Então, mãe é mãe né? Tem coisas, que SÓ ELA faz por você, ou para você. Tanto as coisas boas, quanto as ruins. E como dizem que avó é mãe em dobro, pode ser o dobro de alegrias, ou de aborrecimentos. No meu caso é o dobro de palavras por minuto, algumas gostosas de ouvir, outras nada agradáveis... Família italiana, capiche?
E também o dobro de massas, antepastos, bolos, doces em geral na verdade, e todas essas coisas. Algumas barras de calça em cima da hora...
Daí eu já teria motivos de sobra pra ter um carinho todo todo por este mês, acontece que quando eu tinha dois anos, minha mãe me deu mais um.
No dia 27, com pasmem, quase dois quilos, nasce a minha “motiva”, me livrando de virar uma criança autista, porque por mais poesia que se possa colocar, esta é a principal vantagem de se ter irmãos. Tenho dois e sei do que eu to falando, ter alguém com quem brincar e aprender a dividir a comida, o quarto, os brinquedos, TUDO, é fundamental pra “construir o caráter”.
Alguém que faz um chá com bolacha domingo à noite virar uma festa, e alguém com quem brigar também, como não? Mas ter sempre com quem contar, e pra quem contar as coisas num passeio na praia, obviamente. Sei que existem irmãos que não se falam e tal...
Mas é exatamente este o meu ponto aqui, os meus são lindos e maravilhosos, em cada defeito e cada qualidade, e a minha escorpiana em questão, é simplesmente #foda.
O tempo foi passando e vieram os “irmãos que a gente escolhe”. Se bem que eu acho essa teoria meio furada, porque você não olha uma pessoa na rua e diz: Essa daí vai ser minha amiga! A vida meio que escolhe pra você, ou pelo menos encaminha, enfim...
Quando eu estava na quinta série, briguei com uma garota, surgiram algumas fofocas, coisa de adolescente, aborrecente no caso, fato é que a gente se desentendeu, mas a relação com uma libriana nunca fica sem ser discutida, então nos entendemos, e viramos colegas, posteriormente amigas, então descobri que ela fazia aniversário dia 10. 10/10, não dá pra não lembrar né? E pra ajudar ela fazia contagem regressiva quando começava o mês.
Depois, já na sexta série, nossa turma foi rearranjada, e conheci outra garota, que coincidentemente, completava suas primaveras (neste caso literalmente) no mesmo dia que a minha mãe. Desta vez sem brigas, começamos de um jeito mais convencional, cantando músicas intermináveis enquanto dissecávamos peixes, eram as primeiras aulas de biologia, e a nossa escola, mesmo pública, contava com laboratório cheio de microscópios e animais no formol, eu a t o r a v a.
E nós três começamos a compartilhar cada vez mais momentos. Jogar cartas, assistir filmes, matar aulas... É, até as nerds faziam isso, pseudo-jogar handball... Estas muitas pequenas coisas que vão formando laços. Claro que o nosso círculo de amigas foi ampliando, diversificando, cada uma foi pra um colégio diferente, alguns namorados...
Mas fato é que mantemos contato, mesmo que via internet, até hoje, e algumas vezes até conseguimos nos rever.
Bem, pra não ficar chato, piegas e esotérico demais eu vou parar por aqui.
Só escrevi isso aqui pra mostrar pra todo munda o quanto vocês foram e são importantes pra mim.O quanto cada resposta idiota em cada caderno de perguntas por aí me faz rir até hoje.
Eu disse que eram meia dúzia de motivos.
Tem a flor do dia 10, as duas do dia 22, uma no dia 23 e outra no dia 27. Falta a do dia 21, mas esse post não tá nada a cara dela...
Feliz dia das bruxas à todas ;)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Episódio Final

Andamos por todo o terreno pra ver como eram as coisas durante o dia.
Assistimos ao show do Rahzel.
Uma batida legal, umas misturas... curti.
Depois começou uma banda de heavy metal com uma gritaria absurda.
Fomos comer mais um lanchinho superfaturado.
E finalmente encontramos o palco onde estavam rolando os shows nacionais.
Saldo de apresentações perdidas:
No trânsito: Sublime.
Na fila: Yo la tengo.
Por não encontrar este palco: Malu Magalhães, Mombojó e Otto.
Mas encontramos em tempo de ver o B-Negão.
Lá encontramos também o irmão da ilustre dona do Ford Kasa, e os garotos que estavam com ele.
Só pra constar, ela tentou encontar com eles desde o primeiro dia, quando os perdemos de vista chegando em Itu.
É a vida né? No final tudo dá certo!
O show dele é bem legal, atoron o B-Negão, como toda adolescente rebeldóide eu ouvia Planet Hemp.
SWU, RATM e PH trazem de volta à você, seus 15 anos, recordar é viver!
Já se passaram quase 10, tô tchitchia...
Depois veio Cavalera Conspiracy, ou seja, mais gritaria.
Eu só conhecia uma música que eles cantaram, que era do Sepultura, e foi a última.
Daí começou Incubus.
Não tenho mais idade pra eles sabe?
Gosto de algumas músicas, mas a maioria me dá sono.
Tá que eu fazia aquele vocalista fácil.
Mas a histeria por ele me irrita um pouco.
Foi um bom show, eles são bons, mas não pulei, poupei energia.
E então chegou o grande momento, Queens of the Stone Age!!!
Obviamente alguma coisa tinha que dar errado, e deu.
Não sei o que, mas o show atrasou 40 minutos.
Filhos da puta! Mais vaias e berros de protesto.
E depois de andar no meio do povo em busca de calor humano e uma brechinha pra ver o palco, surge aquele ruivo incandescente delícia, com um cigarro pendurado na guitarra.
E aquela banda fodástica que comecei a ouvir quando eles vieram pra cá da primeira vez, ficaram pelados no palco, mas eu não tinha idade pra assistir...
Eram quem eu mais aguardava, pra mim foi a melhor apresentação de todas, indiscutivelmente.
Pulei do começo ao fim, cantei com minha bela voz aos quatro ventos.
Eles realmente levantarm poeira, muuuito mais que qualquer Ivete Sangalo levantaria.
Não existia mais grama obviamente, então todo aquele povo ensandescido produzia uma nuvem avermelhada que se confundia com o gelo seco do palco.
Foi mágico hahahahaha.
E quando eu estava no auge da minha empolgação... acabou.
Amamos estar de volta ao Brasil, vocês são realmente foda, todo aquele papo.
Quase chorei, nem teve bis, mas eram muitas bandas né? O show tinha que continuar...
Pra mim o festival tinha acabado neste momento, mas eu não era a única que estava ali.
Daí rolou Pixies, e nos sentamos na grama tomando mais cerveja.
O show pareceu durar uma eternidade e o cansaço dos tres dias bateu forte.
Depois ainda rolou LP. Sem o menor saco né? Fui ao banheiro e depois fomos embora
Retornamos ao conforto e calor do carro, dormimos para aguardar o trânsito e voltamos pra casa.
O caminho pra São Paulo foi realmente mais fácil que o do sítio, acontece...
Ah! O chuveiro! Minha cabeça teve orgasmos múltiplos em contato com o xampú.
Uma calça de moleton confortável e minha caminha, dormi litros.
E a vida voltou à realidade, desde então só o que eu faço é o meu TCC, triste né?
Fazendo um balanço de tudo eu adorei, iria se rolasse ano que vem, como estão dizendo, sem dúvida.
Só me informaria e me prepararia melhor, é claro.
Acho que a idéia foi válida, talvez um pouco ambiciosa ou pretenciosa demais.
E quero crer que a organização vá perceber onde pisou na bola feio e aprimorar.
Mas infelizmente, acho que um mundo realmente sustentável ainda está longe de ser palpável.
Faltam iniciativas mais sérias e incisivas e muita, mas muuuuuita concientização.
É claro que é muita utopia pensar que 3 dias de música pra celebrar o aniversário de Woodstock vão mudar o mundo.
O primeiro passo pra qualquer mudança é sempre a aceitação né?
Então. O mundo precisa querer ser mudado.
Começa com você!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Episódio 5

Acordei com o sol batendo na janela e o carro virando uma estufa.
Abri as janelinhas de trás pra entrar uma brisa e dissipar aquele bafo concentrado.
Me livrei das blusas e dormi mais um pouco, porque afinal, ainda era cedo.
Depois de mais um cochilinho acordamos todas.
Olha que foi melhor do que eu imaginava, claro que um Ká de duas portas não é o melhor lugar do mudo pra se dormir.
Mas pra quem já dormiu de jaqueta de couro, vestido de formatura ou calça jeans e bota em noites de excessos nessa vida...
Ao olhar em volta percebemos que não fomos as únicas gênias que evitaram o trânsito.
Além de muitos catadores de latinha tinham outros carros na mesma empreeitada que a gente.
Avistamos dois rapazes tomando uma aguinha perto da gente com aquela cara amassada lindja.
- Moço, como eu faço pra sair daqui?
- Depende, pra onde vocês estão indo?
- Não sei, um posto, algum lugar pra comer e fazer xixi.
- Olha, eu sei de um shopping em Itu, fui lá ontem.
- É perto?
- Mais ou menos mas dá pra usar o banheiro, escovar os dentes... ontem eu fui lá porque tinha reservado o camping pela internet com um cara de São Paulo, a gente veio de Minas, não conhecíamos ele, daí não o encontramos e dormimos no carro mesmo.
- Nossa, tá pior que a gente coitado.
Explicamos nossa história, ficamos rindo um da cara do outro, e decidimos segui-los até o shopping
O local do festival, fica na verdade, no meio do caminho entre Sorocaba e Itu, realmente não era tão perto assim...
Mas o banheiro era limpo, escovamos os dentes, tiramos a maquiagem, penteamos os cabelos, fizemos nossas necessidades e... tomamos um belo banho de gato com lencinhos umidecidos.
Não é sempre que se pode ser phina, mas foi só trocar de roupa, e calcinha obviamente, que já estávamos novas.
Último dia e finalmente conseguimos chegar enquanto ainda havia sol no céu.
Estávamos em 3, o estacionamento seria 100 reais.
Pois é, existiam sim medidas mais ou menos sustentáveis, carro com 4 ou mais passageiros 50 pilas, menos que isso, 100 mangos.
Mais ou menos porque 50 réis de cada um daqueles carros dava pra sustentar uma família, portanto não existia propriamente um apelo ambiental.
E outra que mesmo o preço alto não inibir ninguém de ir de carro, e ainda entupiu uma área imensa com muito lixo e deteriou o solo.
A verdade é que todo mundo que estava lá, incluindo a gente, estava pelo sexo, pelas drogas e pelo rock and roll, pouco se fodendo para o nosso surrado planetinha.
Solução econômica feminina: Cruzamos com um carro com cinco rapazes dentro:
- Oi, você pode me emprestar um amigo seu?
- oi?
- Pra pagar mais barato no estacionamento, vocês estão em 5, é só vir alguém pro nosso carro pra passar pela portaria, não precisa pagar nada.
Mal terminamos a frase e o garoto já estava pulando pro nosso carro.
Estávamos super contentes de pegar os shows desde o ínicio desta vez.
Doce ilusão.
Ia ter show do Linkin Park né? Então tinha uma entrada pra menores de idade, e outra normal.
Todos os dias entrou todo mundo junto, por qualquer fila, pelo menos no horário que a gente estava chegando.
Mas neste eles resolveram não só segregar os menores, como separar homens, mulheres e pista premium, ou seja, tumulto.
Como ia ter também umas bandas de metaaaaal, resolveram deixar a revista ainda mais rigorosa.
Confiscavam correntes, pulseiras de tachinha, e uns acessórios estranhos.
Algumas horas de pé em baixo do sol, maravilha!
E novamente o bordão berrado pela galere na primeira noite.
SWU! VAI TOMAR NO CÚ!
É impressionante como essão coisas se espalham rápido.
Finalmente entramos ohhhhhhhhhhhhhhh!
Sentamos em baixo de uma árvore com uma proposta interessante.
Uma moça te entrega um quadradinho de papel reciclado e você escreve um desejo seu, coloca o papelzinho numa caixinha pendurada na árvore e estes sonhos serão plantados com uma nova árvore.
Legal né? Chegando mais cedo deu pra ver estas atividades.
Parece que tiveram também uns fórums debatendo políticas sustentáveis.
Um casal veio falar com a gente pra divulgar o projeto de uma ong que reúne pessoas pra fazer um multirão de limpeza nas grandes cidades.
Passou o site, pediu nossa assinatura e nos entregou um folheto.
Achei interessante, mas no fim do papo, quando eu fui devolver o folheto, achando que pra economizar papel eles usavam aquele como display, e eu só anotaria o site no celular, ele me disse:
- Não, esse fica com você.
Achei estranho...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Episódio 4

Chegamos na hora da Regina Spektor.
Ai, ela é tão bonitinha, quer dizer, a voz dela é tão gostosa.
Ela é super simpática, as músicas são tão oawnmmmmm.
"Música de mina", tipicamente, pra contrastar com a música-de-macho-e-quebra-quebra da noite anterior.
E então aconteceu a coisa mais romântica do mundo. 
-Ai, eu queria tanto que tocasse aquela música sabe? (inserir uma tentativa frustada de demonstração aqui)
-Não!
-Aquela do "500 dias com ela" (nova tentativa)
-Hum... não?
E daí a música começou a tocar.
Não é romântico?
Pois bem, pra quem tava com o demo no corpo a noite estava muito miguxa.
Começa Joss Stone.
Ela é super bonita, tem uma voz foda, mas eu só conhecia umas 3 músicas, sendo 1 cover.
Ficamos reparando na banda, muito boa, com um backing vocal black power.
Adoro aqueles negões lymdos fazendo dancinhas, até dei uma saculejada.
Nenhuma coreografia nova, sorry, tava um frio DESGRAÇADO!!!
A única que pensava que país tropical era sempre hot era a doida do palco.
Ela usava um vestido fininho, de alcinha and ESTAVA DESCALÇA.
Parece que ela nunca usa sapato nos shows, mas aquela noite acho que se arrependeu disso.
Fomos explorar o ambiente, ou seja, cerveja.
Uma roda de cariocas e uma de gaúchos depois (trocar cerveja por um rolo de sorrisos sempre funciona) começa Dave Matthews Band.
Pode ser que a banda seja boa, mas eu não estava prestando a menor atenção.
Estávamos mais interessadas em passear pelo labirinto, mais conhecido como "A Decepção".
Entramos com aquela alegria de quem quer fazer merda e saímos alguns poucos minutinhos depois.
Só isso? Maior palhaçada, nem minha bisa se perderia lá dentro.
E ainda tinha o caminho tracejado no chão, me respeita!
Bordejamos pelas outras obras feitas com material reciclado e estandes, daí já era hora de Kings of Leon.
Neste momento já estávamos num céu de diamantes de tanta alegria e correndo insanamente (é, de novo) em direção ao palco.
E como tinha gente pra ve-los, putaqueopariu.
Entre alguns empurrões conseguimos um lugar que dava pra ver o palco.
Todas as delícias da banda, em tamanho mini devido a distância, mas o importante era ver aqueles cabelos ficando bagunçados.
Eu tava meio de boa do show em si porque eu já tinha visto, e achei o cd novo bem ruim em comparação com os dois primeiros.
Mas eles tocaram músicas antigas e eu pulei pra cacete, si acabei-me.
Fim de feste e aquela fome de Larissa, a retirante.
Uma fila básica, algumas horas e um xaveco na balconista, claro. Conseguimos nossos lanches, nos afogamos em catchup e mostarda e lutamos contra o vento.
Nos despedimos de nossa querida Mandy, que veio e voltou de bus pra São Paulo, a esperta do grupo.
Voltamos paro o carro mas, desta vez, ninguém se arriscou a dirigir.
Nos aconchegamos com as cobertas e passamos a noite no estacionamento.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Episódio 3

Quando se faz uma viagem é natural que se pense em um lugar pra ficar.
Conhecíamos um garoto que ia alugar um sítio com um pessoal para o SWU.
Fechamos com ele, mesmo sem conhecer mais NINGUÉM da casa.
Até aí normal, mas nossa motorista tinha um compromisso na sexta, quando TODO MUNDO foi pra lá.
E como nos perdemos não deu passar por lá pra deixar as coisas antes de conhecer (o caminho) o festival.
Estávamos em 4, e ninguém se preocupou com isso, e pra dar aquela ajuda, os quatro encheram a cara.
Toca ligar DESESPERADAMENTE para o nosso contato.
Depois de muitas tentativas, e algumas horas, encontramos o moço.
Ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
E é claro que ao vir ao nosso encontro ele se perdeu do grupo.
Mais um tempo até encontrarmos o pessoal do carro dele... partimos.
Partimos pro estacionamento, que já era uma caminhada boa.
Aquele perrengue pra encontrar nosso carro, e depois esperar eles encontrarem o deles
Beleza! Beleza? 
Sono? O que é isso? Bora né...
Abre o pacotão de doritos, sapeca também um polenguinho de procedência misteriosa que a fome passa.
Acredite ou não, a mistura é boa, super aderi depois.
Aquele congestionamento maravilhoso até a saída do estacionamento.
Um monte de espertinho querendo entrar na nossa frente e nos fazer perder de nosso carro guia.
Muitas horas de sono perdidas, mas né? Tem que ter emoção.
Finalmente alçamos a estrada, andamos, andamos...
E chegamos a São Roque eeeeeeeeeeeee.
Ainda não! Demos o maior rolê dentro da cidade e chegamos à uma estrada de terra.
Teoricamente o caminho por esta estradinha até o sítio não era grande, mas aí veio a surpresa:
NOSSO CARRO GUIA SE PERDEU!
Pois é, eles tinham saído de lá durante o dia, a estrada a noite não era iluminada.
Ficamos mais um bom tempo rodando, afinal, ninguém tava cansado mesmo...
Quando FINALMENTE chegamos ao local correto já eram 4h da manhã.
Sim, o show tinha acabado por volta da meia noite.
Todos na casa já dormiam tranquilamente e no estado em que estávamos mal escovamos os dentes e capotamos.
Acordamos no dia seguinte ao som de pessoas jovens e contentes confraternizando em torno da piscina.
Tomamos um banho (que viria a ser o único da viagem) e quando estávamos todos prontos a casa estava vazia.
É, todos já haviam ido ao evento.
Fomos embora com todas as malas e sem perspectiva de retorno.
Percebemos que o caminho até a cidade era realmente curto.
O problema era ir de São Roque ao SWU, seria mais fácil voltar pra São Paulo.
Mas ok, aprendemos a lição, não fechar nada sem saber todos os detalhes.
Inclusive o tipo de pessoa com quem se vai, porque francamente, o local não foi muito bem escolhido.
De volta ao festival trocamos o grupo.
Éramos agora quatro garotas disposta a enlouquecer...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sustentabilidade my ass, episódio 2


Desnecessário dizer que eu quase chorei logo na primeira música né?
E que gritei, digo, cantei TODAS as músicas.
Foi lindo! Muito lindo!!!
A ansiedade de ir ao SWU era devida ao fato de ter vários shows, de várias bandas que eu ainda não tinha assistido.
Mas Los Hermanos é a banda mais foda da minha geração, aqui no Brasil.
E pra mim é quase um critério de seleção, se você não gosta, eu não gosto de você.
Faz parte da minha família, de um certo romance e do meu círculo de amizades.
Ai ai, passou tão rápido...
Findado o êxtase do show, não deu nem tempo de buscar outra cerveja e fazer xixi, já começava Mars Volta.
Os cucarachos são doidera pura, atorei.
Eles não cantaram nenhuma música mais conhecida, mas mesmo assim a galere vibrou.
E eu e meus amigos, claro, não ficamos de fora.
Mais cerveja e xixi e eis que soa uma sirene.
Mano do céu, o que foi aquilo?
Nunca vi tanta gente correndo na mesma direção.
E é claro que a gente acompanhou desembestadamente, como se não houvesse amanhã.
O Cris Cornell é super hot, mas o Zach de la Rocha é "o cara".
Eles são animalescamente bons e as músicas dão vontade de sair quebrando tudo
E foi o que o povo fez, qual a dúvida?
O bate-cabeça foi tão intenso que derrubou a grade de proteção.
A banda teve que parar por um tempinho e pedir aquele passinho pra trás amigo.
Pisoteados recuperados, recomeça a apresentação.
E é claro que o som e o telão falharam.
SWU! VAI TOMAR NO CÚ!
Pois é, poderia ter pifado pra qualquer banda, menos pro Rage Againt The Machine.
E voltou, e falhou de novo, e voltou.
Vergonha na cara! Vamos botar essa porra pra funcionar!
E voltou, a tempo da última música, a mais famosa, a que fez os amigues que cantaram El Justiciero pra mim perderm a voz.
É o que eu chamo de justiça! Ou urucubaca forte mesmo...
Ai ai, a noite acabou, alguém sabe o caminho do sítio?
Cri... cri... cri...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sustentabilidade, drogas e rock and roll

- 11h, no metro Vila Mariana, certo?
- Combinado!
10:30 eu entro no trem com a minha malinha, um pouco de frio... uma certa dificuldade.
Encontro uma amiga, sorrimos e falamos sem parar até que o telefone toca.
- FO DEU! Perdi meu carro!!!
- Hahaha, a gente já tá chegando.
- Meu... é sério...
- Como alguém PERDE O CARRO?
- Voltei pra casa de taxi, não sei onde deixei, vou com a minha mãe no estacionamento perto da balada.
- Vamos pro metro anyway...
- Tá, eu ligo.
Uma certa ansiedade desconfortável tomou o lugar da animação.
Chegamos ao local combinado, comemos uma porcaria qualquer e encontramos o terceiro passageiro.
- Ai, desculpa, tô atrasado né?
- Não, a motorista encheu a cara ontem a noite e perdeu o carro.
- Como assim?
Explicamos a situação toda, tempo vai, papo vem... toca o telefone de novo.
- Achei, tá na frente da balada E COM A LANTERNA ACESA, vou fazer uma chupeta e chego aí em uma hora mais ou menos.
- Tá bom né...
Quando ela finalmente chega ainda passamos na casa de duas pessoas pra reaver ítens perdidos na noite anterior.
E nos perdemos um pouco pra chegar na casa onde estava o outro carro que iríamos seguindo até Itu, claro que não sabíamos muito bem o caminho.
Conseguimos partir de São Paulo umas 16h, super dentro do cronograma né?
A estrada era boa, não pegamos muito trânsito maaas, é claro que erramos a entrada pra tal Fazenda Maeda.
Conseguimos adentrar aos portões do SWU as 19h, é, acho que certas coisas só acontecem comigo sabe?
A proposta do festival era de atitudes sunstentáveis.
Afinal, um mundo sustentável "começa com você".
Muito bonito, só esqueceram de incluir a organização na empreeitada.
Primeiro: Pra mim, sustentabilidade tem começar com preços acessíveis.
O preço do ingresso eu achei justo, pra ver uns 3 artistas gringos por dia, pagamos o que pagaríamos pra ver 1 no Morumbi.
O preço da cerveja não era nada justo, mas é o que se pratica em qualquer baladinha.
"Puta falta de sacanagem" mesmo foi o preço da comida, considerando que tinha gente acampada lá que não tinha outra opção.
Se a proposta fosse por um mundo melhor mesmo, não teriam superfatudo COMIDA.
Sem nem entrar em discussão a falta de alimentos saudáveis, e o fato de os vegetarianos só terem batata frita pra salvar.
Mas a minha opinião de esquerdóide desempregada não conta pra discutir preços.
Fato é que os copos de plástico em que despejaram a cerveja antes de nos entregar eram desnecessários.
Eu até tentei beber na latinha algumas vezes, e quando entreguei o copo que EU TINHA ACABADO DE USAR, a moça olhou pra ele, jogou fora e pegou um novo, eu me dei por vencida.
Não ouvi uma viva alma falar bem do camping, o frio fazia parte, ainda bem que não choveu, mas a falta de estrutura foi bem divulgada.
Não sei se a revista era tão rigorosa para os campistas como foi pra gente que chegava de fora, mas espero que pelo menos com água eles tenham entrado.
Porque eu vi pilhas de salgadinho, bolacha, remédios, bebidas diversas e desodorantes aerosol que não puderam entrar.
Quero muito pensar que alguém recolheu e deu um destino melhor que o lixo pra aquilo tudo.
As filas e a falta de organização do estacionamento foram um espetáculo à parte.
E não me vem com papinho de que "É Brasil, você esperava o que?"
Just a Fest, Planeta Terra, Natura About Us e Maquinaria também foram no Brasil, também foram de grande porte e foram infinitamente melhor organizados.
Reclamações feitas (pra não perder o costume) vamos falar dos shows eeeeeeeeeeeeee.
Chegamos junto com Os Mutantes.
Não gosto muito da banda, é pode crucificar, não gosto mesmo.
É legal, só não vejo motivo pra tanto estardalhaço, tiveram uma boa participação em um movimento importante e blábláblá.
Mas eu acho meio sem graça, bobinho, e não se demite a Rita Lee, facto!
Mas ok, já que eu tava lá e dois dos meus acompanhantes cantavam "El Justiciero" olhando pra mim, só pra provocar, até dei uma pseudo-dançadinha.
Então começou Los Hermanos.

Ai ai...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

of Montreal - Gronlandic Edit

La lobinha 2

As nossas anfitriãs nos encontraram na rodoviária e lá mesmo compramos nossas passagens para o catamarã.
Paulistano que é paulistano chega em outras cidades procurando por taxis brancos, ou ao menos com uma outra cor padrão que os diferencie dos carros comuns, pois bem, os taxis de Angra não tem uma cor padrão, fiquei, por alguns instantes, parada na porta da rodoviária procurando. Optamos ir de taxi para o cais, porque não seria nada pratico pegar um ônibus com aquele monte de bagagem.
Enquanto o catamarã não saia fui dar uma volta pelas ruelas de Angra, afinal eu precisava da minha dose diária de cafeína. Eu pedi pras meninas que tinham saído pra dar um bordejo comprarem... elas voltaram com uma lata de cerveja cada uma e quando perguntei do meu café a resposta foi “você queria café?”. Ruas de pedra, uma delas cheia de padarias, cafés e lanchonetes, tão bonitinha.
Hora de entrar no barco, optamos por ir em cima, obvio. Cabelo ao vento sentindo a natureza. No meio do caminho entre Angra e a Ilha fomos recebidas por golfinhos, coisinhas mais lindas da tia.
Desembarcamos na Ilha pegamos aquele monte de bagagens e colocamos no carrinho do primeiro carreteiro que apareceu na nossa frente, dissemos pra qual camping íamos e ele nos guiou. Nesse momento eu já me arrastava dominada pelo sono atrasado.
Chegamos ao Camping Toca do Guaiamum e tivemos uma surpresa, não era nada do que aparecia no site. Mal cuidado, uma cozinha nojenta e os banheiros eu nem quis ver, sem contar que o cara que nos recebeu era muito mal encarado. Optamos por não ficar lá, tiramos as coisas da recepção e deixamos na calçada da igreja, eu, com toda a minha falta de energia, mau humor e a voz grossa que tomavam conta de mim devido ao sono, e mais uma das meninas ficamos tomando conta das malas enquanto as outras, desbravadoras, foram em busca de um lugar melhor pra ficarmos. Não demorou muito elas voltaram com a noticia de que tinha encontrado e que era ali perto, ou seja, não teríamos que andar muito carregando as malhas no sol.
Lá fomos nós pro Camping do Peixoto...

PS.: Podem ficar tranqüilos, até o próximo acampamento eu termino de contar esse.

sábado, 9 de outubro de 2010

Depois do Luto...

E quando eu decretei o meu luto oficial por três dias jamais imaginei que ele terminaria num luto de verdade. O que começou com um luto pela política do país se tornou um luto familiar.

Desde pequena sempre ouvi falar dele, mas não o conheci pessoalmente até que em fevereiro de 2008 resolvi passar férias em Salvador, BA. Pois é era lá que ele morava desde muito tempo. Maior parte, na verdade todos os irmãos vieram morar em São Paulo, ele veio junto mais foi o único que não gostou da agitação paulistana que voltou pra Bahia.
Toda vez que falava com a minha mãe perguntava de mim com um carinho e uma preocupação incomum, quando eu já estava mais velha sempre dizia pra minha mãe: “manda a menina pra passar uns dias aqui”. Minha mãe nunca me mandou pra lá, os anos passaram e eu resolvi por conta própria ir conhecê-lo.  Cheguei ao aeroporto e fiquei esperando por uma pessoa que nunca tinha visto, mas quando ele apareceu no saguão eu sabia que era ele.  
Levava uma vida simples, sem luxo. Foi assim que minha avó criou todos. Fui recebida com todo carinho e a maior atenção do mundo pela família toda. Passei dias indescritíveis, numa terra maravilhosa, cercada por pessoas fantástica.  Voltei de lá encantada com a simpatia e ótima recepção que tive, com um sotaque baiano quase perfeito e dizendo a frase mais marcante dele “ôôôô mininu” e o “vai comer uma água hoje?”. Abá* incomum. Meu tio Abá.
Estou com o coração partido não só por ter perdido meu tio, uma pessoa fantástica, mais também por ver minha mãe chorando ao me dar a noticia e instantes depois tentando parecer forte e manter o controle.
Ninguém vive pra sempre e sabemos disso, mas lidar com a perda de uma pessoa querida é sempre difícil porque nunca estamos preparados.
Coincidência ou não dormi muito mal essa noite e tive um sonho onde eu estava em Salvador justamente para o velório dele, dá pra acreditar? Pois é, nem eu acredito.
Mais é isso, contínuo de luto, meus queridos.

*Abá – Era o apelido dele. Em Tupi o significado é: ser humano. 


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Starts with you




Quis nunca te perder
Tanto que demais
Via em tudo o céu
Fiz de tudo o cais
Dei-te pra ancorar
Doces deletérios
Eu quis ter os pés no chão
Tanto eu abri mão
Que hoje eu entendi
Sonho não se dá
É botão de flor
O sabor de fel
É de cortar.
Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
O que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu, muito bem
Quis nunca te ganhar
Tanto que forjei
Asas nos teus pés
Ondas pra levar
Deixo desvendar
Todos os mistérios
Sei, tanto te soltei
Que você me quis
Em todo lugar
Lia em cada olhar
Quanta intenção
Eu vivia preso
Eu sei, é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
Que alguma coisa a gente tem que amar, mas o quê?
Não sei mais
Os dias que eu me vejo só
São dias que eu me encontro mais
E mesmo assim eu sei tão bem
existe alguém pra me libertar.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Ah vá...

Zentsi, gentch, geeente... por favor!
Votar no Tiririca não tem NADA A VER com protesto.
É simplesmente identificação, e falta de interesse.
Na campanha ele disse que não sabia o que um deputado fazia.
A galere que votou nele também não faz a menor idéia, e nem se interessa em procurar saber.
Representação! Só isso. Não é a proposta do sistema eleitoral?
O que deve ser levado a sério, e com revolta é o Collor quase ter ido ao segundo turno
E Joaquim Roriz (PSC) ter a candidatura barrada pelo Ficha Limpa, e indicar a mulher, Weslian sem o menor pudor.
E ela, sem a menor experiência, fazer feio (MUITO FEITO) nos debates e mesmo assim angariar votos e entrar na disputa.
Tá que o Distrito Federal nem é um estado de verdade, é uma cidade.
Nada mais justo uma governadora testa de ferro não?
É vergonhoso os eleitores que possibilitarem que essa triste realidade esteja acontecendo "aqui e agora".

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

DPA

Já ouviu falar em DPA (Depressão Pós Apuração)? Bem, eu estou sofrendo.
Depois de debates que nada acrescentaram as candidaturas, propagandas políticas que não ajudaram em nada o povo despolitizado a escolher os candidatos, temos agora a prova do desencanto nas urnas.
Com 99,99% das urnas apuradas, com Tiririca e Alckmin eleitos e o segundo turno pra presidente entre Serra e Dilma, só tenho a dizer que faltou o Netinho ter sido eleito pra completar o show de horror.


Dadas essas circunstancias quero dizer que estou de luto oficial por três dias.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Estamos Contratando

E se as pessoas se preocupassem com as eleições o quanto se preocupam com a Copa do Mundo de Futebol talvez as coisas estivessem um pouco melhores na política. Afinal, você não pode interferir em quem vai ser convocado pra jogar pela seleção brasileira, mas pode convocar e votar em quem vai te representar no governo por quatro anos.
Na Copa do Mundo ficamos de fora torcendo para que os 24 selecionados, que tem salários milionários, ganhem os jogos e a competição. Se eles ganham ou perdem isso não influencia em nada as nossas vidas.
Numa eleição participamos ativamente e isso influencia diretamente as nossas vidas.

Nesse ano vamos até as urnas mostrar quem são os nossos 6 selecionados.

Se você escolhe certo e consciente o que acontece?
Você ganha, pois terá um representante no governo pra defender os seus ideais e melhorar a sua vida. O seu candidato em troca receberá um bom salário e uma serie de benefícios pra isso.

Se você escolhe errado ou de qualquer jeito?
Você perde, pois vai colocar qualquer um no governo, e se de repente o seu escolhido tem princípios que vão contra o seus, você deu poder nas mãos de alguém que não esta nem aí pra você. E o pior vai dar a ele um bom salário pra isso.

Antes de votar em qualquer um, escolher um candidato porque ele foi cantor, ator, palhaço, ex-BBB, jogador de futebol e etc. Pense que muitos desses não estão nem ligando pro que você quer ou precisa, eles estão ali pra defender os seus próprios interesses.
Pense que enquanto você vai ter que trabalhar duro pra manter o emprego, se sustentar, pagar seus impostos e contas em dia ele vai estar lá aproveitando de um bom salário e benefícios sem o menor esforço pelos próximos quatro anos.

Você quer dar um salário de mais de 12 mil reais por mês, mais benefícios, pra alguém que não vai fazer nada por você? Quanto tempo você teria que trabalhar pra ganhar isso de salário?
Se você fosse dono de uma empresa ia escolher qualquer pessoa pra trabalhar pra você? Acho que não, né?
Pois bem, o Brasil é a sua empresa, a campanha eleitoral é o processo de seleção e a eleição é a contratação. Você tem seis vagas disponíveis na sua empresa, analise os candidatos e escolha o que lhe parece mais bem preparado pra assumir o cargo e fazer a sua empresa crescer e lucrar cada vez mais.

Faça as contas, pense nisso, escolha seus candidatos e vote conscientemente.