terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sweet November

Foi um mês de fortes emoções.
Primeiro por causa do malfadado Trabalho de Conclusão de Curso.
É claro e evidente, que se eu o tivesse feito no começo do ano, teria sido menos estafante e tudo o mais, mas acontece que sou brasileira e deixo tudo pra última hora.
E obviamente que eu, mega cri cri, não concordo com o modo como ocorre o processo todo.
A obrigatoriedade de fazer um artigo científico, que nada mais é do que parafrasear teorias alheias, nos impossibilitando de PENSAR.
A rigidez em seguir as amaldiçoadas regras da ABNT, que parecem servir só pra atrapalhar um pouco mais, enfim...
Acho o processo burro e obsoleto, desisti oficialmente de seguir carreira acadêmica, essa burocracia toda acabou com o começo do meu mês, mas o trabalho ficou pronto e foda-se.
Se o que eles queriam era só mais uma aluna seguindo o protocolo, foi só isso o que eles conseguiram.
Daí veio a estréia de Harry Potter, pode falar que é coisa de criança nerd por que é mesmo.
Quando eu estava na oitava série vi uma garota lendo um livro com uma fascinação peculiar.
A capa era legal, letras cintilantes, um desenho estranho, com um colorido bonito... claro que minha curiosidade infinita me obrigou a indagar a garota sobre o tal livro.
Nós eramos colegas, mas não amigas. Ela gostava de Hanson, eu preferia Spice Girls. Não éramos da mesma panelinha... And, believe it or not, ela era bem mais nerd que eu.
Então ela me olhou com um certo desprezo, mas o entusiasmo com o livro foi maior, e me contagiou.
Ela me contou tudo sobre quadribol, Hogwarts, Voldemort... a t o r e i m!
Pedi pra minha mãe comprar no mesmo dia e, é claro que ela não foi.
Mas desde que ganhei "A Pedra Filosofal" minha vida não é mais a mesma, há dez anos eu aguardo ansiosamente o lançamento de um livro, ou filme novo.
E agora que a saga está chegando ao fim, eu chorei no cinema. Cheio de adolescentes fantasiados excitadíssimos e eu lá, me debulhando em lágrimas de pura emoção...
Dá pra imaginar minha ansiedade pro ano que vem né? O último filme tchãn tchãn tchãn tchãn!!! O QUE VAI SER DA MINHA VIDA QUANDO ACABAR TUDA?
Bem, como se não bastasse tudo isso, ainda teve o show do Paul.
Cara, só quem já viu show na chuva sabe como é.
Daí você sai de casa pra ver "o único beatle vivo e em atividade" debaixo de uma chuva incessante já com uma certa vontade de matar alguém.
Porque o show exibido pela globo na noite anterior foi mara, nenhuma gota de chuva, tudo lindo, menos o arrependimento de ter escolhido o segundo dia.
E chegando lá, já com a chuva tendo sido substituída por uma leve garoa eu começo a acreditar que talvez Deus exista mesmo.
Daí veio a primeira música "Magical Mistery Tour", já pra me fazer pular ao invés de chorar.
E na segunda música, depois do tiozinho do palco ensaiar "chove chuva..." a garoinha paulistana se dissipou, começou a ventar e foi abrindo uma clareira entre as nuvens.
Foi lindo, e naquele momento valeu mais do que valeria um céu estrelado.
E o cara é foda, nem água ele bebe, super simpático e animado, tentando falar português e tudo, sem palavras, lavei a alma.
No que diz respeito ao set list fiquei feliz de ter ido segunda, sinto ter perdido "Drive My Car" mas ia ficar pior se não tivesse ouvido "I’m Looking Through You".
E "Foxy Lady" foi o melhor bonus track EVER.
Meu bloco-favorito-sem-parar-pra-respirar foi "Back in the U.S.S.R"; "I’ve Got a Feeling" e "Paperback Writer".
Mas a noite como um todo foi fantástica, e inesquecível, ver aquele povo todo "na mesma vibe" é inexplicável.
Achei que ia morrer sem assistir "ao vivo e em cores" as músicas que ouço desde pequena, foi simplesmente fodástico.
E assim acaba não só o mês, como o ano.
Vai ser difícil superar toda essa alegria, mas eu vou continuar tentando...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

E no meio de tanta gente

"Eu encontrei você
Entre tanta gente chata sem nenhuma graça, você veio
E eu que pensava que não ia me apaixonar
Nunca mais na vida"

Tá que essa música é mega romântica e tudo o mais.
Mas a verdade é que todo mundo pensa que a gente é um casal mesmo, então...
Há muitas formas de se apaixornar, eu me apaixono todos os dias.
Por uma flor, uma música, uma comida e claro pelas pessoas, em todos os sentidos.
A galere tem essa tendência freudiana de ligar paixão, amor, romance... ao sexo.
Eu acho isso uma grande bobagem, e me dou o direito de ter romances com quem, ou o que, eu quiser.
Por isso vivo um casamento estável e feliz, terceirizando a parte sexual.
Quando eu preciso de alguém pra me ajudar a mexer no computador, eu tenho.
Quando eu preciso de companhia pra dividir um petit gateau, e algumas lamúrias, eu tenho.
Quando eu não faco idéia de como chegar em algum lugar e preciso de instruções, eu tenho.
Quando eu tenho vontade de tomar cerveja nun boteco, eu também tenho.
Quando meu pai resolve viajar no aniversário, e meus irmãos namoram, eu tenho quem levar pra não segurar vela.
E quando eu quero simplesmente passear numa locadora, ou numa papelaria por HORAS, ela vai comigo.
Tenho uma marida, uma companheira! No sentido literal da palavra.
Não precisamos morar na mesma casa, nem nos pegar loucamente pra isso.
Eu conto com ela pro que der e vier e ela sabe que também pode contar comigo, simples assim.
Poderia falar vááárias coisas bonitinhas e tal, mas acho que ela sabe o quando gosto dela e seria desnecessário.
Afinal, nascemos no mesmo dia (em meses diferentes, mas ok) e isso nos torna almas gêmeas.
São só 4 anos de faculdade, sendo uns três de maridagem, mas parece que foi ontem.
E se tudo der certo a gente vai ficar velhinha e continuar com nossos passeios culturais incríveis.
Quando seu joelho não aguentar mais eu te dou cházinho tá? E te arrumos umas bolachas...
FELIZ ANIVERSÁRIOOOOO
Muita felicidade, muitos anos de vida ;)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

São Paulo Internacional

Eu AMO a Mostra de Cinema né, mesmo com as filas, mesmo amaldiçoando a galere que compra pala internet e esgota os ingressos.
Sou meio velha pra isso sabe, ingresso tem que ser comprado na hora, essa coisa de comprar um mês antes "pra garantir" me irrita, acaba com a espontaneidade da coisa, enfim...
Desde que vim morar aqui eu procuro participar da mostra, sempre penso "ai, esse ano eu vou ver váaarios filmes" e sempre acabo vendo UM.
Acontece alguma coisa cósmica eu nunca consigo ver todos, nem o que eu mais me interesso do folheto.
Acabo indo no meio da semana, em qualquer sessão antes das 17h, e olha que funciona.
Da primeira vez eu vi "Fantômes". O filme falava sobre pessoas que desapareciam e voltavam sem muita explicação, algumas cenas de pelados rolando na cama, aquela coisa toda.
Achei meio estranho, minha experiência com o cinema francês não era muito vasta até então, mas de um modo geral eu gostei.
No ano seguinte eu tentei uma nova tática, ver um filme que o nome do diretor e do elenco não fosse muito fácil de pronunciar.
Já tinha um conhecimento maior do cinema europeu, escolhi um autríaco, "Import-Export". Tratava da história de uma moça sem muita grana,com um filho pra sustentar, que cai maomeno na putaria pra isso.
Até aí nada inovador, mas esse enredo era só uma desculpa pra mostrar a situação de pessoas que estavam na europa, mas não nos países ricos, famosos and glamorusos.
A migração entre os países do leste europeu (daí o título), mostrando vários personagens e, suas diversas problemáticas... curti, bastante dessa vez.
Ano passado eu fui ver um brasileiro, o escolhido foi "Antes que o mundo acabe",sobre um garoto no interior do Rio Grande do Sul que não conhecia o pai e, suas aventuras e desventuras de adolescente.

Divertido, gosto bastante dos filmes da Casa de Cinema de Porto Alegre, levinho... foi uma boa escolha.
Esse ano resolvi optar por um oriental, resisti muito tempo à eles sabe?

Puro preconceito, mas desde que vi "Hanami" (que é europeu, mas se passa no Japão) e "A Partida", mudei minha opinião.
Escolhi "Sobre seu irmão", que aborda o mesmo tema central dos outros dois, a relação do japonês com o trabalho, uma relação COMPLETAMENTE diferente da que o brasileiro tem.
Fala sobre uma moça que se casa com um médico, e na festa aparece um tio alcoólotra que traz um monte de problemas pra ela e sua mãe.
Ela acaba se divorciando porque o marido dá mais atenção ao trabalho do que à ela e, o filme discute esta opção de viver para a carreira ou, a opção do tio, que é um ator semi-desempregado. Obviamente eu não vou contar o final, mas filme japa é sempre meio tragicômico, mistura cenas bem tristes com algumas super engraçadas, e pra titia palhacita aqui é um prato cheio.
Ano que vem vou tentar ver um indiano, de fato e direito, com dancinha no meio e tuda, ou sei lá, um de algum país que eu nunca tenha ouvido falar.
Essa é a minha tática, nomes de sonoridade... peculiar e legendas eletrônicas, nunca me decepcionei. Fica a dica ;)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

October Fest II

Alguns anos depois, entrei na faculdade. Ah, é particular, nem vai ter trote...
Vou toda bonitinha e cheia de expectativas pra minha primeira aula.
Enfiaram tinta no meu ouvido, desenharam peitinho na minha blusa e me fizeram pedir dinheiro no farol.
A verdade é que dinheiro foi o que eu menos ganhei, ganhei batom, caneta, isqueiro e bala, muita bala, drops, mastigável e, para o meu choque de menina do interior até bala de revólver, vai entender...
Moedas reunidas nos levaram pro “bar da facul”, o bom dos meus veteranos, foi que a renda arrecadada não foi revertida só em cervejas pra eles, nós também bebemos, e como ninguém conhecia ninguém previamente, a “cerva” ajudou a socializar.
Entre uma garrafa e outra (não, “bicho” não tem direito a copo) acabei em uma rodinha com mais três garotas, e depois de perguntar o nome delas umas quinze vezes descobrimos algumas afinidades, como o fato de achar essas gírias pop-modernóides um saco, ta entendendo?
Ao longo das aulas fomos descobrindo mais afinidades, matando algumas delas no bar, fazendo amizade com garçons, essa coisa toda.
Combinamos a primeira baladjenha, saí de casa linda, perfumada e de salto.
Duas garrafas de vodka sem gelo, mas com um saborzinho bem artificial de frutas, e um copo de pinga com limão depois, eu já estava descendo na casa de uma delas e avisando que ia dormir por lá.
Quatro anos se passaram e eu to aqui só pra divulgar que ela é a minha sexta flor do dia. A que desabrochou no dia 21.
Ainda durmo na casa dela, já vi seu pai de cueca e seu cachorro ME AMA.
Dividimos o mesmo gosto por algumas bandas, muitas comidas, alguns filmes e muuuitos chicos hermosos.
Assim como umas memórias aí de noites na Augusta, 13 de maio, Black Dog...
Paulista na chuva, com direito à patinação na calçada e uma SUPER voadora;
Quadra da Vai-Vai, seguida de ACDC cover, também com chuva, toda ensopada, de havainas e aquele modelito gata-molhada-avatar;
Uma mega aventura pelo sul de Minas;
E um épico churrasco, sem carne, no salão de um prédio, sem muita iluminação. Repleto de garotos, sem nenhuma garbosidade, com uma prima sem um pingo de vergonha na cara, e um primo, sem amor no coração que nos largou à deriva, salvas graças a um taxista amigão.
Ah, foram tantos momentos lindos nessa vida...
Minha pétala de rosa, essa declaração de amor toda é só pra garantir minha estadia no lado bom da cidade enquanto eu ainda morar no lado ruim tá?
Espero continuar dividindo essas bizarrices com você por mais 4, ou 40 anos é muito clichê, e eu não tenho mais 40 anos pela frente do jeito que a coisa vai.
O que importa é que é nói Baby Spice, sua linda!
Beijo no coração da família restart.