sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Cena 1

- Oi moço, o que é que tem aqui?
- Presunto, queijo e ovo.
- Hum... (inserir leve careta aqui)
- E aqui?
- Queijo, tomate e orégano.
- Tá, quero este!
Outro garoto vagamente atraente puxa assunto:
- É difícil ser vegetariano né?
- Deve ser...
- (Cara de espanto)
- Rs, eu não sou, só não gostei muito da combinação.
- Rsrsrs, entendi, eu sou, depende do lugar é difícil, aqui é mais fácil...
Papo vai, papo vem, algumas afinidades.
- Quanto dá o meu moço?
- Ah, você já vai?
- São seis da manhã né?
- Vai pro metro?
- Vou.
- Te acompanho, fecha o meu também!
Subiram a rua calmamente, assuntando no mesmo clima descontraído-quase-desinteressado da padaria.
Se despediram com um beijo na trave e nunca mais se encontraram.

Cena 2
- Oi, esse lugar tá livre?
- Tá sim.
- Vou ficar aqui que é mais perto da porta, melhor pra sair depois.
- (Sorriso)
- Gostou da Bienal?
- Muito, comprei vários livros e gastei super pouco.
- Todo dia eu compro algua coisa, to trabalhando aqui...
- Nossa, que legal, em qual estande?
- Na organização, sou monitor... das crianças...
- Nossa!
- É pesado! Sexta eu to morto.
Papo vai, papo vem, algumas afinidades.
Se despediram com um aperto-de-mão-quase-abraço, bem esquisito e nunca mais se encontraram.

Cena 3
Passeio com meu pastel and caldo de cana pela pastelaria a procura de uma mesa.
Claro que não encontro, então sento num banquinho vago, coloco a mochila e o copo no chão.
Começo a comer, digo assoprar meu pastel, e um japonês se aproxima.
Sabendo que japonês tímido é pleonasmo, acho que sentei em um lugar proibido e desvio o olhar.
Ele insiste: Moça.
- Oi
- To sentado sozinho na mesa, se você quiser...
- Ai, obrigada!
- Fica melhor assim né? Quer pimenta?
Papo vai, papo vem, algumas afinidades.
Ele se despede só com um sorriso mesmo. Uma senhora pergunta se pode sentar e reclama do calor, da baixa umidade do ar, do el niño, do frio da semana passada...
Engulo a última mordida e o último gole e saio com um quase sorriso.

É. Encontros casuai só rendem alguma coisa em filmes ambientados em New York.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Árvore que já foi


São Paulo, é disso que eu tô falando!
Sempre que entro no parque tenho a mesma sensação.
Um jardim de esculturas, galerias convivendo com um lago cheio de patinhos, cisnes e marrecos.
Gente do esporte, correndo, usando uns aparatos esportivo-acrobáticos que eu nem sabia que existiam.
Gente da arte, visitando exposições, lendo livros sob árvores.
Gente da paz e do amor fazendo tai -chi, yoga, meditação.
Gente da vida, buscando um corpo quentch pra noites, ou dias, frios.
Gente - família, pela pura e simples confraternização.
E muita, muita gente quando tem algum evento bem divulgado.
Festivais de músicas ao ar livre, ô seje, gente bonita, cool, cult, interessante...
A Bienal, que é anual, e abriga a fashion week, que é semestral.
A outra Bienal, que nem cabe mais lá, de tanta excursão, tanta diversidade, tantos títulos.
Tanto... surto da Monizi, que em ano de TCC, foi visitar, só pra passear, e saiu de lá com sete livros.
E um buraquinho no orçamento, que teria sido um rombo em uma livraria convencional.
Digressões à parte, o "Ibira", porque em "Sampa" tudo se abrevia, é tudo isso pra mim, e nada disso ao mesmo tempo.
É uma alegoria, não, A Alegoria, é o ponto do contraste sem confronto.
É tudo junto e misturado, a "praia doix paulixta".
Amo entrar por aqueles portões verdes e me perder lá dentro, descobrir sempre um cantinho que eu nunca tinha reparado e talvez não encontre depois.
Adoro pensar que eu posso ser a única que ainda não se acostumou com aquilo tudo, que ainda entra lá como se fosse a primeira vez. Segurando a mão dos coleguinhas, que em fila seguram a mão da professora.
Pela magia que nunca acaba.
Diferente do zoológico, onde a girafa parece ridiculamente menor que na primeira visita.
Lá é como se eu nunca fosse me sentir crescida o suficiente (rá - rá - rá se você fez piada com a minha estatura neste momento).
Deleite.
Deslumbramento
Muito obrigada Tio Roberto e Tio Oscar.

sábado, 14 de agosto de 2010

Todo mundo espera alguma coisa de um sábado de manhã...

Que eu sou uma pessoa de hábitos noturnos acho que todo mundo sabe, né?
Eu prefiro fazer qualquer coisa de madrugada do que durante o dia, pode ser limpar o quarto, cortar as unhas, colar lençol na cama (trabalho arduo se tratando do meu colção), arrumar o guarda roupas, enfim... Tendo essa vida de hábitos noturnos, que ganharam mais espaço depois que parei de trabalhar, sempre durmo até muito tarde, acordo às 14h praticamente todos os dias o que é ótimo, afinal só tenho aula às 20h.


Pois é, então resolvi ter aula de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), pois bem, a aula é aos sábados e começa as 10h da manhã, o que me faz acordar as 7h30 pra poder dar tempo de tomar banho, me arrumar e tomar café da manhã e ir...


É, hoje deveria ter sido o primeiro dia de aula. Tentei, juro que tentei dormir mais cedo, mas só consegui pegar no sono depois das 3h da manhã, aí acordei umas seis e pouco voltei a dormir pra acordar as 7h30 que era o horario programado no despertador, pois é, o despertador tocou eu desliguei e continuei dormindo, acordei assustada as 8h28.


Pulei da cama, tirei a roupa e corri pro banho, e arrumei e nem tomei café da manha pra tentar chegar com o minimo de atraso possível na aula.
Pra minha imensa e não tão grata surpresa a professora simplesmente não veio, NÃO VEIO, meu.

Sem mais comentários.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Deus!

Quando o assunto é religião muitas pessoas acham que eu passo dos limites. Gostaria de deixar claro aqui que eu não questiono a fé de ninguém, apenas não consigo entender como uma coisa que as pessoas taxam de tão boa pode gerar tanta discussão, briga e conflitos.  Como pode uma coisa que prega o bem das pessoas causar tanta discórdia entre elas? Cada um tem a sua fé, a sua religião e acaba não aceitando a opinião alheia. 

Deus “criador do céu e da terra”.
Acho que em todas as religiões acreditam que foi Deus (independente do nome que tem em cada uma delas) quem criou o mundo, sim o mundo, esse mundo habitado e dividido por judeus, muçulmanos, hindus, cristãos, católicos e etc. Estão todos no mesmo mundo, teoricamente criado pelo mesmo Deus, mas cada um acredita que o seu Deus é melhor e mais digno que o Deus do outro. Vai entender!

Sou a favor da reunificação de Deus e da extinção das religiões. Não seria tão mais fácil se todos acreditassem em um só Deus?

sábado, 7 de agosto de 2010

Aventuras do mau humor

Que não ter carro implica em alguns inconvenientes todo mundo sabe.
Preciso desabafar sobre o maior deles, pelo menos pra mim.
A Rodoviária do Tietê...
Véspera de feriado, no caso não é um feriaaado, mas é dia dos pais.
Ou seja, gente, muita gente saindo de São Paulo em direção ao interior, que é onde meu papai mora.
O trajeto não seria muito longo se não incluísse a Marginal, se os ônibus partissem no horário marcado na passagem, aquela coisa toda.
Mas o que mais desanima na história é a espera de fato, os minutos (as vezes horas) sentada no chão do terminal comendo uma porcaria super-faturada qualquer.
Em companhia  da maior das minhas TOC-fobias-nerd-sociopata, a SPSC síndrome do pânico de semi-conhecidos.
Salvo um único garoto da ponte Sanja-Sampa que mantenho algum contato, ou seja, tenho assunto, são eles que encontro sempre na espera do meu bus.
Sabe, aquela garota com quem você estudou na quinta série, ou aquele rapaz que dividiu uma semana de tentativa de aulas de judô em 1900 e petit poá?
Oi, acho que te conheço de algum lugar; Você não é aaa...
NÃO CAMARADA, não sou eu, nem conheço essa cidade, tô indo pra lá só levar drogas!!!
Por que as pessoas teimam em vir cumprimentar sabendo que o assunto não vai fluir criando um silêncio constrangedor ridículo?
Pois é, por isso sempre procuro estar munida de óculos escuros e fones de ouvido externos, daqueles bem grande que indicam "Stay Away".
E mesmo assim, vez ou outra não funcionam muito bem
É uma m a r a v i l h a, and este não é o único problema, rá.
Estou lá sentada, espiei e não encontrei nenhum rosto familiar, ufa! Estou a salvo?
NÃO! Eis que surge um rapaz e pára bem na minha frente, encosta a mochila no chão, mas permanece de pé, lendo alguma coisa, ou mexendo no celular, aparentemente normal.
É até bom, ele protege do campo de visão de possíveis colegas de eras remotas, ótimo, até ele virar de frente pra eu reparar na sua MALA GIGANTE.
É isso mesmo que você tá pensando, não é a bagagem, é o pacote, enorme, quase assustador, e bem na minha cara.
Você tenta desviar, se entreter com outra coisa, mas parece que seus olhos são atraídos magneticamente.
Mano do céu, esse cara deve desmaiar pra conseguir uma ereção completa, coitado.
Ai que vergonha, ele percebeu que eu tô olhando, bem, ele sabe que é um tanto quanto... extravagante né?
E se ele não quisesse chamar atenção pra isso... tuda, ele não sairia de casa com calças de moleton. Cinza clara!
Chegou meu coletivo, ai mew Dews, é o dele também, tomara que ele sente longe, vou esperar ele entrar...
Bom, lá vou eu, me lugar é lá no fundo, CADÊ O PACOTUDO?
Achei, tá sentadinho na frente, ufa2!
Passo por ele e ele ri, que abuso! Foi de mim ou pra mim que ele riu? Cara folgado!
Passou, tudo certo, vou sentar, ajustar a poltrona e dormir até chegar...
Tem uma senhorinha sentada ao meu lado, que mal pode haver?
-Nossa fia, que bagunça né? Eles acham que a gente é palhaço? Toda vez é isso!
-Absurdo mesmo, não?
Putaqueopariu, cadê meu fone? Por que que eu guardei pra mandar as porra de mensagem?
Achei, ufa3!
Agora parece que ela viu que eu não sou muito simpática e vai dormir.
Que barulho é esse? Ela tá roncando! Eu tô de fone e dá pra ouvir. Tá tirando né?

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

MINHA SEMANA

Até alguns dias atrás eu não conseguia me imaginar passando um dia se quer sem ler meus e-mails e não achar que isso era uma tortura. Pois é, nessa última semana descobri que isso é possível e o mais interessante é que não dei a mínima importância pra internet.
Eu estive em ótima companhia, não faltou assunto, as horas, os dias passaram sem que eu percebesse. Antes de essa semana começar jamais poderia imaginar que a terminaria dizendo: fica mais. Pois é, eu disse, e disse várias vezes.
Sou muito sociável, mas também tenho muita preguiça das pessoas e elas acabam me cansando rapidamente.    Apenas algumas conseguem ganhar a minha atenção sem que eu fique entediada, e não é que nessa semana isso aconteceu?
Eu simplesmente me esqueci de algumas necessidades e alguns vícios foram facilmente deixados de lado. Nessa mesma semana ouvi pela segunda vez na vida que eu falo bastante e, bom, cheguei à conclusão que falo bastante, sim, mas apenas com as pessoas que, por exemplo, me escutam começar a falar de Dulce Maria e terminar comentando as obras e vida da Frida Kahlo, muito nerd.
Confesso que foi uma semana em que me surpreendi comigo mesma. Fui à missa, sim, EU fui à missa e não é que sobrevivi? Tudo bem que quando começaram a cantar “incendeia a minha alma senhor” achei que eu pegaria fogo, mas tudo bem! Tenho ouvido músicas que jamais imaginei tocar no meu iPod. Tenho momentos e frases que ficaram gravadas e só de lembrar já me divertem entre outras coisas que não cabem aqui.
Mais o que mais me surpreende é que ao invés de enjoar rapidamente de alguém tenho sentido saudades. 

Bom, só preciso dizer que foi uma grande surpresa, muito melhor do que eu poderia imaginar e que me fez muito bem. Nem sei como agradecer por fazer meus dias mais agradáveis, por isso resolvi escrever isso aqui. 

Ah, eu geralmente não escrevo sobre minha vida pessoal aqui, não tão abertamente, mas dessa vez foi inevitável.