quarta-feira, 3 de novembro de 2010

October Fest II

Alguns anos depois, entrei na faculdade. Ah, é particular, nem vai ter trote...
Vou toda bonitinha e cheia de expectativas pra minha primeira aula.
Enfiaram tinta no meu ouvido, desenharam peitinho na minha blusa e me fizeram pedir dinheiro no farol.
A verdade é que dinheiro foi o que eu menos ganhei, ganhei batom, caneta, isqueiro e bala, muita bala, drops, mastigável e, para o meu choque de menina do interior até bala de revólver, vai entender...
Moedas reunidas nos levaram pro “bar da facul”, o bom dos meus veteranos, foi que a renda arrecadada não foi revertida só em cervejas pra eles, nós também bebemos, e como ninguém conhecia ninguém previamente, a “cerva” ajudou a socializar.
Entre uma garrafa e outra (não, “bicho” não tem direito a copo) acabei em uma rodinha com mais três garotas, e depois de perguntar o nome delas umas quinze vezes descobrimos algumas afinidades, como o fato de achar essas gírias pop-modernóides um saco, ta entendendo?
Ao longo das aulas fomos descobrindo mais afinidades, matando algumas delas no bar, fazendo amizade com garçons, essa coisa toda.
Combinamos a primeira baladjenha, saí de casa linda, perfumada e de salto.
Duas garrafas de vodka sem gelo, mas com um saborzinho bem artificial de frutas, e um copo de pinga com limão depois, eu já estava descendo na casa de uma delas e avisando que ia dormir por lá.
Quatro anos se passaram e eu to aqui só pra divulgar que ela é a minha sexta flor do dia. A que desabrochou no dia 21.
Ainda durmo na casa dela, já vi seu pai de cueca e seu cachorro ME AMA.
Dividimos o mesmo gosto por algumas bandas, muitas comidas, alguns filmes e muuuitos chicos hermosos.
Assim como umas memórias aí de noites na Augusta, 13 de maio, Black Dog...
Paulista na chuva, com direito à patinação na calçada e uma SUPER voadora;
Quadra da Vai-Vai, seguida de ACDC cover, também com chuva, toda ensopada, de havainas e aquele modelito gata-molhada-avatar;
Uma mega aventura pelo sul de Minas;
E um épico churrasco, sem carne, no salão de um prédio, sem muita iluminação. Repleto de garotos, sem nenhuma garbosidade, com uma prima sem um pingo de vergonha na cara, e um primo, sem amor no coração que nos largou à deriva, salvas graças a um taxista amigão.
Ah, foram tantos momentos lindos nessa vida...
Minha pétala de rosa, essa declaração de amor toda é só pra garantir minha estadia no lado bom da cidade enquanto eu ainda morar no lado ruim tá?
Espero continuar dividindo essas bizarrices com você por mais 4, ou 40 anos é muito clichê, e eu não tenho mais 40 anos pela frente do jeito que a coisa vai.
O que importa é que é nói Baby Spice, sua linda!
Beijo no coração da família restart.

Nenhum comentário: