sexta-feira, 23 de julho de 2010

Velhos (e bons) Tempos

Esses dias voltando de um compromisso passei em frente à biblioteca municipal que eu costumava freqüentar nos anos de colegial.
Pois é na época que fiz colegial as pesquisas eram feitas majoritariamente baseadas em livros e não na internet como acontece hoje em dia. Às vezes vejo minha sobrinha falando que a professora pediu pro alunos fazerem uma pesquisa sobre determinado assunto, o que ela faz é o seguinte: corre pro computador e digita no Google o tema da pesquisa, copia algum texto encontrado, joga Word e manda imprimir. Simples assim.
Lembro que minhas amigas e eu passávamos horas, às vezes tardes inteiras na biblioteca fazendo pesquisas e escrevendo trabalhos a mão, isso porque maioria dos professores não aceitava arquivos digitados.
Além de pesquisas a biblioteca também me proporcionou a leitura de inúmeros livros, sei lá quantos cartões da biblioteca eu chegava a ter por ano. Passava horas na sala de literatura vendo todos os livros e escolhendo quais seriam levados pra casa.
Todo aquele silêncio, eu sempre adorei o silêncio das bibliotecas e continuo adorando até hoje. Sempre que preciso de tranqüilidade é pra biblioteca que eu vou!
Naquela época a minha única preocupação era devolver os livros na data correta porque o atraso na devolução não acarretava em multa, como se vê hoje em dia nas bibliotecas de muitas faculdades, naquela época a punição era a suspensão e ter a carteira suspensa por um dia que fosse era uma tortura. Tortura também era procurar um livro que queria muito ler e descobri que estava emprestado.
Bons tempos aqueles, hoje em dia a biblioteca, que já não era muito freqüentada, tem muito menos visitantes, mas grande parte dos funcionários que eu conheci ainda continua trabalhando lá, e o mais importante é que a biblioteca continua funcionando.
Foi nas idas e vindas à biblioteca que acabamos (minhas amigas e eu) conhecendo os “tios do pastel”, eles tem uma Kombi que vira uma barraca perfeita pra o preparo de pasteis e caldo de cana, tipo aquelas de feira mesmo. Muitas vezes era que fazíamos nossas refeições depois da aula e antes de passar a tarde estudando na biblioteca. As visitas eram tão freqüentes que nos tornamos super conhecidas dos tios, já tínhamos privilégios nos recheios dos pastéis e no choro do caldo.
Pois é, terminamos os nossos três anos de colegial, começamos a trabalhar, fazer graduação e o tempo de ir lá era cada vez mais curto, até fizemos alguns encontros os sábados, mas eles não duraram muito.
Como eu disse lá no começo passei em frente esses dias, na verdade sempre passo, mas não num horário que a biblioteca esteja aberta e nesse dia estava então resolvi fazer uma visita. Continua tudo a mesma coisa exceto pela praça que está mais arrumadinha, mas os mesmos “tios do pastel” continuam lá, e não é que eles me reconheceram depois de tanto tempo? Agora eles tem até uma ajudante, mais aí já vai ser assunto pro outra postagem o “Conflitos – EP2”. 

Um comentário:

Monix disse...

Além de copiar tinha que "passar a limpo"
Alguém ainda faz isso?
É, to velha...
PS: Viu que reabriram a Mário de Andrade? Super temos que visitar!